- Eu sei que hoje em dia não é fácil ta! Mas eu to aqui com você querida, nada vai te acontecer. Não é sua culpa Lisa, você era só uma criança quando, você sabe, fomos avisados que esses tempos chegariam. Não é culpa de ninguém, foi a natureza que...
- Não mãe! – eu gritei por impulso - Fomos nós! Eu não tentei te convencer, eu não fiz nada! Mas agora já chega! Eu não quero ver mais desastres, eu não quero ver essas pessoas simplesmente sentarem e esperarem sua morte! E eu não quero ter uma festa linda e incrível fingindo estar feliz quando eu tenho certeza que alguém está enfrentando um terremoto ou enchente ou um incêndio em algum lugar do mundo! Eu não consigo mais ignorar os tolos. Mãe, aquele dia quando você me viu chorando no quarto enquanto ouvia aquela musica foi tudo o que eu precisava pra decidir acabar com isso. Então não me diga que foi a natureza quem teve culpa quando todos nós sabemos que ela só age assim por nossa própria culpa!
- Você vai ter a sua festa filha e não me interessa saber se não quer, eu quero! E amanhã vou agendar um tempinho com a nossa psicóloga pra você.
Ela saiu correndo depois disso, que foram suas ultimas palavras. Minha mãe preferia tapar os olhos e me chamar de louca ao invés de acreditar e ouvir que tudo o que acontece hoje é por nossa culpa. A admitir que eu estivesse certa. Eu não estava nervosa com a decisão de mamãe nem com a ida ao psicólogo no outro dia, mas estava decepcionada pela falta de fé dela em mim ou em si mesma.
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